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Falta de fiscalização da prefeitura em shows da Pedreira, disenteria certa e tragédia iminente.

  • Foto do escritor: Jorge Augusto Derviche Casagrande
    Jorge Augusto Derviche Casagrande
  • 25 de set. de 2022
  • 3 min de leitura

Centenas de novos e modernos radares, novos equipamentos de autuação aos agentes de trânsito e poderosos aplicativos, que até oferecem seguro ao motorista que queira utilizar o Estar, demonstra uma Prefeitura de Curitiba “atuando e autuado” os motoristas com toda a força lei, como em nenhuma outra capital do país.


O mote é sempre o mesmo: “é para salvar vidas”.


Pois bem, parece que a prefeitura tem um tamanho para fiscalizar os motoristas, mas não tem interesse em fiscalizar situações que podem gerar real risco.


Nessa quarta-feira (21), assim como muitos curitibanos, fui ao show da banda Guns N’ Roses.


Fazia algum tempo desde minha última interação com um evento realizado na pedreira e fiquei muito incomodado com a absoluta negligência da prefeitura.


Ao chegar, de Uber, um único agente de trânsito fazia o que podia para orientar o caos completo debaixo da fina e persistente chuva que se apresentava. O caos lembrava situações diatópicas de países exóticos, digno de filmes de Indiana Jones. Certamente não era Curitiba, parecia estar em outro mundo.


Caminhamos por uma rua, fechada, tomada por vendedores, barracas e achacadores de toda a ordem.


Notava a ausência de presença da PM, em meio da multidão e do comércio irregular, a sensação de insegurança era constante.


Minha chegada aconteceu por volta das 17:00, ainda estava claro. Nesse momento já foi difícil desviar todo o comércio irregular que se apresentava na R. João Gava em frente a pedreira, para encontrar a entrada a mim destinada.


Durante o show houve grande tranquilidade. É verdade que o assisti de um intitulado “lounge vip”, diga-se de passagem, extremamente lotado para ser algo efetivamente luxuoso como o nome sugere.


Ao lado do “lounge vip” era servido, na chuva, um famoso hot dog do AU-AU, com uma única vina, vinagrete, maionese, ketchup e mostarda. Nunca havia provado o pão de cachorro-quente molhado pela chuva curitibana, foi uma experiência ímpar de alta gastronomia por apenas vinte reais a unidade.


Apesar do show ser servido por banheiros químicos logo recebi a notícia de que as pessoas, perigosamente compactadas em frente ao palco, preferiam urinar em suas calças a utilizar os sanitários químicos colocados à disposição.


O leitor pode achar inocente de minha parte, mas essa verdade nojenta sobre shows de rock eu realmente não conhecia. Ou seria o fato de haver superlotação o que gerava o comportamento?


Eu poderia não ter recebido essa informação, o que tornou minha saída muito mais traumática, pois em meio ao comércio irregular de conveniência vi muitos vendedo capas de chuva, mas não fraudas.


A lama se acumulava por toda a parte. Após o show uma massa de pessoas se deslocava compactamente até os portões. A impressão que dava era que se eu parasse de me mexer ainda assim seria carregado pela multidão.


A água se acumulada em poças bem profundas, invisíveis por conta da multidão, o que fazia com que as pessoas entrassem nelas desavisadamente.


Imediatamente após sair da entrada principal, a cena, novamente, era diatópica e remetia a profunda insegurança.


A lama, urinada, e se misturava com o cheiro e ervas queimadas e do entreveiro com pão que era misturado em uma enorme chapa, que por sua vez era temperada com os pingos de água de chuva, das roupas das pessoas que por perto passavam e dos pingos que se projetavam do chão quando alguém pisava desavisadamente em uma poça mais profunda, ali ao lado.


Fico aqui pensando no empreendedor do ramo da gastronomia que sofre exigências, até mesmo abusivas, por parte de órgãos sanitários e da prefeitura para conseguir manter seu negócio operando. Aí vejo o Zé, servindo o seu entreveiro no pão na frente da pedreira. Queria eu realmente estar em outro mundo.


Não havia por onde sair. As barracas e estruturas ilegais tomavam todo o espaço possível. E se quiséssemos sair para a rua, logo depois do portão, ainda assim não teríamos como, pois diversos fios nos quais eram pendurados artigos pirateados, como camisas, bandanas e etc., bloqueavam completamente a circulação.


A sensação claustrofóbica e de insegurança era tamanha.


Ficou claro que a falta de fiscalização da prefeitura é uma tragédia anunciada e disenteria garantida. Em eventual situação onde tenha que ser evacuada a pedreira, o comércio ilegal, em péssimas condições sanitárias, sem fiscalização que bloqueia a entrada pode gerar uma tragédia.


Prefeito:


Que tal, efetivamente, salvar vidas? O elevado risco sanitário e físico aos frequentadores da pedreira pode ser evitado com simples fiscalização.


Multar veículos não deveria ser mais difícil do que informar os comerciantes irregulares que não se deve montar sua barraca aqui e ali.


Afinal de contas, quem está lucrando com o comércio ilegal em frente aos shows da pedreira?


Será que funcionaria melhor se a empresa Consilux (a mesma dos radares) fosse responsável pela fiscalização ao comércio irregular?




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